Dissertações defendidas
2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009
2014
1. Título: Modos de leitura da ficção brasileira contemporânea: o caso de Budapeste, de Chico Buarque
Aluno: Fernanda Machado Meireles
Orientador: Jefferson Agostini Mello
Data da defesa: 10/03/2014
Tempo para titulação: 45
Financiamento:
Resumo: Ainda não disponível
2. Título: Por uma edição crítico-genética virtual de Histórias da meia-noite, de Machado de Assis
Aluno: Flávia Barretto Corrêa Catita
Orientador: Hélio de Seixas Guimarães
Data da defesa: 10/03/2014
Tempo para titulação: 34
Financiamento: FAPESP
Resumo: Este projeto de pesquisa tem por objetivo elaborar uma Edição Crítico-Genética Virtual dos contos reunidos no livro Histórias da meia-noite, de Machado de Assis, os quais foram inicialmente publicados no periódico Jornal das Famílias. O trabalho pretende ressaltar as mudanças, supressões e acréscimos realizados pelo autor com a finalidade de compreender os pro-cessos de criação subjacentes à reescrita dos contos, assim como estabelecer relações entre os veículos de publicação e os diferentes perfis de leitores e como o escritor se posicionava diante dessas peculiaridades. Pretende-se ainda disponibilizar esse conteúdo em um site que facilite a localização desses contos e a visualização das alterações. Com isso, espera-se propor também algumas bases para a realização desse tipo de edição.
3. Título: Poesia e verso (uma leitura da Lira dos Cinquent’anos de Manuel Bandeira)
Aluno: Marcos David Alconchel
Orientador: Murilo Marcondes de Moura
Data do depósito: 24/02/2014
Tempo para titulação: 49
Financiamento: CNPq
Resumo: Este trabalho volta-se para a leitura analítica da sexta coletânea de versos de Manuel Bandeira, Lira dos cinquentanos, marcada por um forte retorno aos meios tradicionais de expressão poética (como atestam os diversos textos em formas fixas e o considerável número de composições metrificadas e rimadas, as quais perfazem praticamente três quartos do livro). O nosso intento é demonstrar que esse conjunto de textos entranhado nas Poesias completas de 1940 (e bastante refundido, quatro anos depois) pode ser encarado, em virtude de sua ampla variedade estilística (que, a despeito do forte peso da tradição literária, não abandona as conquistas estéticas do movimento modernista, ostensivas em poemas como "Maçã" e "O martelo", entre outros) como uma síntese do itinerário poético bandeiriano. A referência, no título, ao cinquentenário do autor explicita a dimensão celebrativa da obra, dando a ver o cruzamento, em Bandeira, entre vida e obra Estrela da vida inteira. Por tudo isso, Lira dos cinquentanos compõe, ao lado dos dois livros modernistas surgidos na década de 1930, Libertinagem e Estrela da manhã, a parte mais densa, em termos de qualidade estética, da lírica bandeiriana.
4. Título: Bem-aventurados os que leem: formas simples em Esaú e Jacó, de Machado de Assis
Aluno: Rodrigo Silva Trindade
Orientador: Hélio de Seixas Guimarães
Data do depósito: 21/02/2014
Tempo de titulação: 44
Financiamento:
O presente estudo propõe-se a analisar o romance Esaú e Jacó, de Machado de Assis, levando em conta a fragmentação da narrativa em unidades menores, denominadas por André Jolles como Formas Simples. Tal procedimento resulta na composição do romance como um mosaico e faz com que o processo composicional se sobreponha à história que se conta. Considera-se a figura complexa do conselheiro Aires, narrador/personagem da trama, como fundamental para a compreensão da obra, considerando que a sua perspectiva é diretamente responsável pela teia ficcional que se compõe diante dos olhos do leitor. Partindo de leituras consagradas, como as de Eugênio Gomes, Alexandre Eulalio, John Gledson, Roberto Schwarz e Hélio de Seixas Guimarães, este trabalho propõe como principal hipótese a de que o romance é composto em movimento de dissolução da narrativa em estruturas textuais cristalizadas e de ressignificação dessas unidades menores. Propomos que tal estrutura se apresenta como forma ideal para a reflexão proposta por Machado de Assis à medida que corrobora a visão desalentadora do processo de transição do Império para a República no Brasil do século XIX, suas implicações no cotidiano burguês e individualista da sociedade carioca; e discute o seu processo composicional. Ao final, desenvolve-se uma breve leitura de Esaú e Jacó à luz dos procedimentos verificados pela crítica em Dom Casmurro e Memórias Póstumas de Brás Cubas.
5. Título: Entre a descrença e a sedução: releituras do Mito de Don Juan em Álvares de Azevedo e em Castro Alves
Aluna: Tereza Cristina Mauro
Orientador: Vagner Camilo
Data de depósito: 28/04/2014
Tempo de titulação: 34
Financiamento: FAPESP
Resumo: Ainda não disponível
2013
1. Título: "Mescla estilística e ambiguidade em Broquéis de Cruz e Sousa"
Aluno: Douglas Ferreira de Paula
Orientador: Jefferson Agostini Mello
Data da Defesa: 09/12/2013
Tempo para titulação: 35
Bolsista: NÃO
Ainda não consta no banco de teses.
2. Título: "Questão moral e constituição do sujeito em contos de Machado de Assis"
Aluno: Ana Carolina Sa Teles
Orientador: Hélio de Seixas Guimarães
Data da Defesa: 12/11/2013
Tempo para titulação: 41
Bolsista: FAPESP
Esta dissertação aborda a questão moral e questões relativas à constituição do sujeito em contos de Machado de Assis. Os contos analisados pertencem às décadas de 1870 e 1880. Os títulos são: "Ponto de vista (Quem desdenha...)", de Histórias da meia-noite; "O sainete"; "D. Benedita (Um retrato)", de Papéis avulsos; "Galeria Póstuma", "Uma senhora", de Histórias sem data; e "O enfermeiro", de Várias Histórias. Em vários dos contos, os protagonistas são confrontados por impasses de identidade, impasses de subjetivação ou ainda por dilemas morais, que acarretam em diferença subjetiva. Em adição, o narrador propõe dilemas estéticos e éticos que indagam o leitor, no gesto de leitura e interpretação. Desde Ressurreição, romance de 1872, Machado de Assis operara um deslocamento do foco da narração de costumes para o enfoque do contraste entre dois caracteres. Também em artigo de 1878 sobre O Primo Basílio Machado havia levantado uma grande polêmica, que fez parte do que Roberto Schwarz nomeou, por exemplo, como militância anti-realista do autor. No artigo a O Primo Basílio, Machado declarou a preferência pelos caracteres, pelas paixões e pela verdade moral na composição do drama. Já no século 20, uma corrente crítica inaugurada na década de 1930, em especial, por Augusto Meyer e Lúcia Miguel Pereira, interpretou Machado de Assis pelo viés do subterrâneo. Eles abriram caminho para uma crítica machadiana que considerasse, por exemplo, a psicanálise como interface na recepção literária. Lembremos, contudo, que Augusto Meyer era também tributário de Alcides Maya e responsável pelo esclarecimento de vínculos entre a ficção machadiana e a tradição de escritores moralistas. Nesse sentido, no século 20, não apenas a crítica machadiana psicológica ganhou espaço, como também a crítica que enfocou a questão moral. Entre os críticos machadianos que investigaram a questão moral, encontramos, por exemplo, o próprio Augusto Meyer, Alfredo Bosi, Ivan Teixeira, José Luiz Passos e Pedro Meira Monteiro. 176 págs.
3. Título: "O empalhador de passarinho, de Mário de Andrade: edição de texto fiel e anotado"
Aluno: Marina Damasceno de Sá
Orientador: Therezinha Apparecida Porto Ancona Lopez
Data da Defesa: 20/09/2013
Tempo para titulação: 49
Bolsista: CAPES
Esta dissertação de mestrado tem como objeto a edição de texto fiel e anotado de O empalhador de passarinho vigésimo volume das obras completas de Mário de Andrade (1893-1945), publicado pela Livraria Martins Editora em 1946, após sua morte. Apresentando o cotejo entre a edição princeps e as primeiras versões dos artigos em periódicos, esta Edição de texto fiel e anotado d'O empalhador de passarinho de Mário de Andrade, inscrita no Programa de Pós-Graduação em Literatura Brasileira da FFLCH-USP, é resultado do projeto temático FAPESP/ IEB e FFLCH-USP, Estudo do processo de criação de Mário de Andrade nos manuscritos de seu arquivo, em sua correspondência, em sua marginália em suas leituras, coordenado, entre 2006-2011, pela Profa. Dra. Telê Ancona Lopez. A partir do confronto documental, realizou-se a confecção de notas que buscam compreender o arte-fazer, operado por Mário de Andrade, das críticas realizadas entre 1938 e 1944 em periódicos do Rio de Janeiro e de São Paulo e reunidas por ele n O empalhador de passarinho. 480 págs.
4. Título: "Machado de Assis: uma edição crítica de 'O Alienista' com ensaio introdutório: 'O Alienista, ou do objeto inapreensível'"
Aluno: Sandra Mára da Silva Franca
Orientador: Cilaine Alves Cunha
Data da Defesa: 19/08/2013
Tempo para titulação: 55
Bolsista: NÃO
Este trabalho tem por objetivo principal a edição crítica do conto "O Alienista", de Machado de Assis. A pesquisa consiste na comparação entre o texto publicado na revista A Estação, de outubro de 1881 a março de 1882, e o que foi publicado no livro Papéis Avulsos, em novembro de 1882. A partir disso, são consignadas alterações realizadas pelo autor da passagem do texto em formato de folhetim para o formato de livro. A seguir, essas passagens são comentadas. Num segundo momento, por meio do exame do estilo do conto e da idiossincrasia de seu narrador, mas sobretudo por meio do exame da ideia de ciência que se delineia nele, a pesquisa procura mostrar que: 1) o conto se enquadra na categoria das obras que problematizam a relação entre o fato real e o fato imaginado, como a definiu Antônio Candido em seu ensaio "Esquema de Machado de Assis"; 2) que a concepção de ciência à época, da qual Bacamarte é a encarnação, e em particular da observação e da enunciação científicas com pretensões de objetividade são alvos da crítica machadiana por meio de estratégias verbais do narrador que transmitem a ideia de uma realidade elusiva, ou, como o chamou Anatol Rosenfeld, de um mundo não explicado, um efeito estético que a meu ver constitui a tônica de obras como "Missa do Galo" ou Dom Casmurro, por exemplo; 3) que o foco narrativo de "O Alienista" e seu estilo, caracterizado por ambiguidades e por uma contínua afirmação e negação de dados, materializa o movimento contínuo, sempre mais além, da observação de Bacamarte, ou a evolução de suas próprias teorias sobre loucura e normalidade, o que faz da ideia de observação o motivo condutor da obra e desta um conto, não uma novela; 4) que, curiosamente, a obra apresenta nexos conceituais com as chamadas ciências relativistas da virado do século XIX, dentre elas, em especial, a Filosofia do Como Se, desenvolvida pelo pensador alemão Hans Vaihinger, independentemente de Machado ter tido ou não contato com essas ciências; e 5) que por isso o conto pode ser considerado pioneiro de uma grande quantidade de obras que lhe sucederiam, caracterizando-se por ter a ciência como tema central. 263 págs.
5. Título: "O gigolô das palavras: leitura das Memórias de um gigolô, de Marcos Rey"
Aluno: Rafael Nascimento da Cunha Carvalho
Orientador: Hélio de Seixas Guimarães
Data da Defesa: 13/08/2013
Tempo para titulação: 50
Bolsista: NÃO
Publicadas em 1968, as Memórias de um gigolô, romance de Marcos Rey, têm sido lidas pela crítica a partir de categorias genéricas como romance-folhetim e narrativa picaresca. Ainda que descrevam alguns aspectos de composição do livro, as generalizações da crítica deixam em segundo plano a presença de um universo brasileiro também em operação no romance, e diluem, por outro lado, os dados de historicidade contidos dentro dele. De acordo com nossa perspectiva, esses dados históricos podem ser recolhidos através da caracterização do narrador como um cafetão que possui habilidade com o manejo das palavras, e que se considera um intelectual subdesenvolvido. Levando em conta essa imagem em negativo do homem de letras brasileiro como gigolô das palavras, o objetivo deste trabalho é examinar o romance de Marcos Rey a partir de dois contextos significativos: a trajetória profissional construída pelo autor no coração das indústrias do entretenimento desde os anos 1950, e o momento histórico vivido pelo Brasil nas décadas de 1960 e 1970, tempos de ditadura militar e de consolidação da indústria cultural no país. As Memórias de um gigolô também são vistas aqui como ponto de convergência para os futuros rumos da ficção de Marcos Rey, cada vez mais aberta à presença de personagens ligados ao universo das letras. Através da análise de dois de seus contos, "Soy loco por ti América!" (1977) e "O bar dos cento e tantos dias" (1977), veremos de que modo essas questões se integram à sua obra posterior. 102 págs.
6. Título: "Traços do expressionismo alemão em Mário de Andrade"
Aluno: Vivian Caroline Fernandes Lopes
Orientador: Murilo Marcondes de Moura
Data da Defesa: 12/08/2013
Tempo para titulação: 50
Bolsista: CNPq
O trabalho investiga a presença do expressionismo alemão em Mário de Andrade, a partir da análise de alguns momentos de sua atividade intelectual e artística sobretudo, sua crítica de arte, passagens de seus manifestos literários e os livros Losango cáqui e Amar, verbo intransitivo. A escolha desses momentos se deu após uma leitura abrangente da obra, em que foram identificadas três categorias igualmente essenciais ao expressionismo: o primitivismo, a deformação e a preocupação social, que, portanto, nos serviram de guia para o discurso crítico. 120 págs.
7. Título: "A exasperação da forma. Estudo sobre Lavoura arcaica, de Raduan Nassar"
Aluno: Mauricio Reimberg dos Santos
Orientador: Ivan Francisco Marques
Data da Defesa: 08/08/2013
Tempo para titulação: 48
Bolsista: FAPESP
Este estudo pretende discutir a constituição do ponto de vista narrativo em Lavoura arcaica, de Raduan Nassar. A partir do reconhecimento da dramatização ritual que rege o romance, descrita em parte pela crítica, busca-se investigar os modos de irrupção de uma fala exasperada. A situação narrativa em possessão, por meio da qual o registro lírico da prosa confina com a disposição encantatória à violência, domina a forma. Isso reitera de modo envolvente os paroxismos implicados na ideia da incitação absoluta à ordem. Essa demanda mitificante aparece articulada a contradições históricosociais. A obra apreende, em sua própria estrutura, a afirmação paradoxal da subjetividade sob o familismo árabe imigrado e certa dinâmica social própria ao Brasil pós-1964. Considerando o embate entre a construção estética e o processo histórico, o trabalho examina impasses que definem a linguagem ambivalente de Lavoura. Como se tentará mostrar, as oscilações extremas e as passagens agônicas caracterizam a fundo a matéria do autor, atravessada por uma lógica infensa à síntese. 98 págs.
8. Título: "Edição genética d'A gramatiquinha da fala brasileira de Mário de Andrade"
Aluno: Aline Novais de Almeida
Orientador: Therezinha Apparecida Porto Ancona Lopez
Data da Defesa: 02/08/2013
Tempo para titulação: 49
Bolsista: FAPESP
Esta dissertação de mestrado tem como objeto a edição genética de A gramatiquinha da fala brasileira obra inacabada e inédita pertencente à série Manuscritos Mário de Andrade, no arquivo do escritor, no patrimônio do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo. Apresentando a obra em fac-símile, esta Edição genética d'A gramatiquinha da fala brasileira de Mário de Andrade, inscrita no Programa de Pós-Graduação em Literatura Brasileira da FFLCH-USP, é resultado do projeto temático FAPESP/ IEB e FFLCH-USP, Estudo do processo de criação de Mário de Andrade nos manuscritos de seu arquivo, em sua correspondência, em sua marginália em suas leituras, coordenado, entre 2006-20011, pela Profa. Dra. Telê Ancona Lopez. A partir da análise documental e escritural, à luz da arquivística, da codicologia e da crítica genética, buscou-se compreender a materialidade do dossiê genético e a sistematização, operada por Mário de Andrade, das constâncias da língua portuguesa falada no Brasil. 1292 págs.
9. Título: "O fragmento romântico em 'O poema do frade'"
Aluno: Manuella Miki Souza Araujo
Orientador: Cilaine Alves Cunha
Data da Defesa: 28/06/2013
Tempo para titulação: 41
Bolsista: FAPESP
A presente dissertação propõe examinar os traços de inacabamento na poética de Álvares de Azevedo e abordá-los segundo os fundamentos teóricos do gênero fragmento. "O poema do frade", objeto deste estudo, é uma composição narrativa muitas vezes relegada a uma posição secundária na fortuna crítica do poeta Álvares de Azevedo; esta apreciação negativa deriva, justamente, de seu estilo irregular e digressivo, encarado como defeituoso. "O poema do frade" é fortemente marcado pela mediação de um narrador irônico, inclinado ao discurso devaneante, pouco linear e repleto de discussões metapoéticas. No poema, a multiplicidade de assuntos, aparentemente descontínuos, é unificada na tematização de um grande debate estético acerca da impossibilidade da epopeia na modernidade. Diante disto, "O poema do frade" dialoga com o polêmico projeto de composição de uma grandiosa narrativa épica no Brasil oitocentista, patrocinado pela política imperial local e alimentado, em especial, pelos poetas ligados ao grupo indianista. Ao problematizar a viabilidade da epopeia em seu tempo, Álvares de Azevedo realiza uma revisão da tradição poética neoclássica bem como de sua própria poética, colocando em prática o princípio romântico de aproximar os campos da crítica e da poesia, ou, em outras palavras, assimilar a reflexão crítica no interior da própria obra de arte. 208 págs.
10. Título: "Gota d'água: entre o mito e o anonimato"
Aluno: Cecilia Silva Furquim Marinho
Orientador: Ivan Francisco Marques
Data da Defesa: 25/06/2013
Tempo para titulação: 41
Bolsista: NÃO
O trabalho investiga a feição dos versos que dão vida à peça Gota d'água de Chico Buarque e Paulo Pontes, escrita e encenada em 1975. Procura desvendar a maneira como os versos se compõem na formação da estrutura dramática da peça e os efeitos que produz no leitor ou no espectador. Como a peça dialoga intensamente com o momento cultural e político dos anos 1970, há uma busca do ponto de encontro entre a realização estética concebida e os projetos culturais ou outras motivações extra-textuais que tenham influenciado a sua composição. O estudo abrange a realização sonora que se dá (ou que se imagina) no palco, os aspectos poéticos, lírico-musicais da peça, sua característica dramático-épica e os temas e idéias que permeiam o plano de conteúdo da obra. A análise foi feita em grande parte contrapondo Gota d'água com a obra que pretende recriar: a Medeia de Eurípides. Os diversos elementos manipulados no trabalho ora se complementam, ora se chocam, criando uma mescla significativa e de apreciação controversa, sobre a qual artistas e pesquisadores têm se debruçado no questionamento da produção teatral brasileira. Tais elementos são a absorção do popular e do erudito, da identificação catártica e do distanciamento crítico, da experiência totalizante do mito e daquela que é comum, socialmente demarcada por delineamentos temporais e espaciais, dentre outros exemplos. 157 págs.
11. Título: "'Só me interessa o que não é meu': a dimensão paródica do verso oswaldiano em Pau Brasil"
Aluno: Eduardo Borges Ciabotti
Orientador: Therezinha Apparecida Porto Ancona Lopez
Data da Defesa: 22/03/2013
Tempo para titulação: 45
Bolsista: NÃO
O presente trabalho analisa as motivações, os alcances e os efeitos da paródia em alguns poemas de Pau Brasil (1925), de Oswald de Andrade. Inicio a dissertação com um painel constituído de reflexões acerca de algumas formas de arte contemporâneas a Pau Brasil, responsáveis por uma radical reestruturação no modo de conceber o texto literário, para, a seguir, situar a paródia entre essas práticas artísticas. Busco, assim, caracterizar a inserção de Oswald de Andrade e do modernismo brasileiro no viés paródico das vanguardas artístico-literárias europeias do início do século XX. É no contexto moderno da autorreferência e autolegitimação que a paródia se estabelece enquanto eficaz efeito metalinguístico e se mostra como profícuo mecanismo de investigação crítica acerca do processo de produção, recepção e (re)interpretação de textos (e de obras de arte em geral). Radical provocadora de mudanças de expectativas e de perspectivas, a paródia se articula com o projeto artístico moderno, possibilitando o questionamento de (pre)conceitos e uma (re)visão de determinados elementos artísticos e, consequentemente, dos papéis desempenhados por eles. A paródia serve de articulação entre arte e história e não se faz adequar a posturas idealizantes e/ou classizantes. A partir dessa conjuntura, a poética do movimento modernista brasileiro incluiu também, entre os preceitos da nova estética, uma aproximação crítica de obras do passado por meio do emprego da paródia. Ciente do seu passado e do seu presente, o projeto literário de Oswald de Andrade priorizou e incorporou parodicamente os discursos literário, histórico, político, religioso etc, através de uma aguda e conscienciosa reelaboração linguístico-literária. A paródia na obra de Oswald de Andrade, por um lado, faz jus à revolução estética que o movimento modernista trouxe à cultura brasileira e, por outro, torna possíveis ponderações acerca de inovações radicais no código literário brasileiro da primeira metade do século XX. Por meio da utilização paródica de textos históricos e literários em Pau Brasil e do uso de diferentes discursos e registros da língua portuguesa, Oswald de Andrade restaura a história e a literatura brasileira, da carta de Pero Vaz de Caminha à contemporaneidade do poeta. E ainda assinala, com saborosa argúcia, a diversidade e a disparidade socioeconômica do habitante nacional. 95 págs.
12. Título: "A selva europeia e o paraíso tupinambá: tópicas sobre mundos na História de uma viagem feita à terra do Brasil, de Jean de Léry"
Aluno: Maria Elaine Andreoti
Orientador: Joao Adolfo Hansen
Data da Defesa: 21/03/2013
Tempo para titulação: 45
Bolsista: CNPq
Esta pesquisa de mestrado discute a construção simbólica do índio a partir da obra História de uma viagem feita à terra do Brasil, do calvinista francês Jean de Léry, participante da primeira expedição francesa ao território sul-americano no século XVI. Propõe-se aqui uma análise em duas etapas: na primeira, busca-se reunir parte da fortuna crítica francesa e brasileira do século XX dedicada à obra e recompor como ela fixa o livro num conjunto de textos que ajudaram a construir a figura do bom selvagem do século XVIII e, no XIX, o herói do romance indianista brasileiro; na segunda, tendo em conta a importância da instituição retórica na época em que Léry compõe sua obra, o foco se volta para os critérios de invenção do discurso, baseados na imitação e emulação de textos considerados modelares e, no caso, na fixação de tópicas retóricas que definem a alteridade dos autóctones segundo os objetivos almejados. Desse modo, procura-se discutir como o texto foi lido em momentos diversos da história e como as diferentes leituras, acumuladas através do tempo, tornaram possível a fixação de uma alteridade indígena que padroniza inumeráveis etnias na ideia unificada de um ser índio. 110 págs.
13. Título: "Mário de Andrade e o romantismo brasileiro: tradição imaginário e consciência histórica nacional"
Aluno: Fernando José da Silva e Alvim
Orientador: Ivan Francisco Marques
Data da Defesa: 18/03/2013
Tempo para titulação: 50
Bolsista: CNPq
Neste trabalho temos por objetivo analisar a relação de ruptura e continuidade da obra do escritor Mário de Andrade (1893-1945) com a tradição do romantismo brasileiro. Para isto, selecionamos textos da primeira metade do século XX, escritos por ele e por outras importantes personalidades, que têm como escopo crítico o romantismo no Brasil. Na esteira desses textos, buscaremos localizar os escritos de Mario de Andrade sobre o romantismo, visando estruturar um pequeno panorama no qual possamos apreender seu pensamento dentro dos campos literário, artístico e político nacionais. Neste sentido, procuramos entender a relação de aproveitamento e de recriação do projeto romântico brasileiro na obra do autor de Macunaíma, por meio de um movimento de retomada do legado deixado pelo nosso romantismo, especialmente, na figura de José de Alencar. Em vista disso, faremos uso dos conceitos de tradição, imaginário e consciência histórica nacional como alicerces orientadores dessa leitura. Esses articuladores oferecem, por sua vez, uma abordagem transversal no estudo literário de um recorte sincrônico (1922-1945) do metadiscurso brasileiro. 120 págs.
2012
1. Título: "Paulo Mendes Campos: crônicas de sol e domingo azul"
Aluno: Claudio Luis de Oliveira Soares
Orientador: Jose Alcides Ribeiro
Data da Defesa: 25/10/2012
Tempo para titulação: 45
Bolsista: NÃO
O trabalho discute os traços fundamentais da poética do cronista Paulo Mendes Campos (1922-1991). Para isso, analisa em primeiro lugar a característica híbrida da crônica brasileira contemporânea, produto jornalístico e ao mesmo tempo literário. A pesquisa evoca estudos que debatem o conceito de literatura, destacando a dificuldade de uma definição para o termo que tenha aplicação universal. Em seguida, refuta a caracterização da crônica como gênero menor, tomando como base estudos literários contemporâneos que modificaram o entendimento sobre a própria noção de gêneros. A pesquisa aborda ainda as relações entre literatura e realidade social, questão importante, entre outros motivos, porque a crônica mantém uma vinculação com o noticiário jornalístico. Ao realizar a descrição tipológica da crônica, o trabalho parte do pressuposto de que se trata de um produto da modernidade, do universo dos meios de comunicação de massa, como o jornal e a revista. Simultaneamente, trata-se de um gênero de fronteira, que assume formas de outros gêneros, como o ensaio e o poema em prosa. Para a caracterização da poética de Paulo Mendes Campos, foram analisadas dez crônicas pertencentes ao livro O cego de Ipanema. O estudo desdobrou-se nos aspectos líricos, estilísticos e narrativos da obra do autor. Uma das conclusões é a de que, em suas crônicas, a persistência dos termos sol, domingo e azul confere-lhes significados singulares, não necessariamente coincidentes com os significados usuais. Em virtude disso, o trabalho caracteriza-o como autor de crônicas de sol e domingo azul, expressão que dá título ao estudo. 159 págs.
2. Título: "Um estudo dialético de A carteira de meu tio de Joaquim Manuel de Macedo"
Aluno: Laís Schalch
Orientador: Jose Alcides Ribeiro
Data da Defesa: 19/10/2012
Tempo para titulação: 45
Bolsista: NÃO
Esta dissertação tem o objetivo de analisar, de maneira sincrônica e diacrônica, o livro A carteira de meu tio de Joaquim Manuel de Macedo. Sincrônica no sentido de aproximar a obra à produção literária do período, compreendendo o discurso literário presente, que dialoga diretamente com o movimento romântico do início do século XIX. A atmosfera cultural do momento contribuiu muito para a produção do autor, mas sem perder de vista que ele possuía características peculiares, individuais. Diacrônico no sentido de compreender como esta obra também dialoga com nosso século e, portanto, permanece atual, tanto nos aspectos temáticos quanto nos aspectos composicionais. Ademais, não se perderá de vista o meio de difusão que veiculou a primeira versão da obra, o jornal. 94 págs.
3. Título: "Movimento em construção. Correspondência entre Paulo Emílio Sales Gomes e Décio de Almeida Prado, de junho a agosto de 1935"
Aluno: Lucia Carolina Amante Aidar da Silva Telles
Orientador: Marcos Antonio de Moraes
Data da Defesa: 02/10/2012
Tempo para titulação: 52
Bolsista: NÃO
Esta dissertação apresenta e estuda a correspondência inédita trocada, na juventude, entre Paulo Emílio Sales Gomes (1916-1977) e Décio de Almeida Prado (1917-2000), no período de junho a agosto de 1935, vinculada à publicação do único número de Movimento revista do presente que enxerga o futuro. As 19 cartas transcritas e anotadas, pertencentes ao Arquivo Paulo Emílio Sales Gomes (APESG), da Cinemateca Brasileira, em São Paulo, fornecem elementos biográficos para se compreender aspectos da formação intelectual e política de dois críticos de grande projeção no campo cultural e universitário, bem como subsídios para o estudo da sociabilidade literária e do periodismo no Brasil. Buscou-se recuperar documentos de época, como artigos e testemunhos dos correspondentes e de outras personalidades citadas nas cartas. 109 págs.
4. Título: "Imagens de espelho em Clarice Lispector: entre reflexos e passagens"
Aluno: Gabriela Ruggiero Nór
Orientador: Jaime Ginzburg
Data da Defesa: 15/08/2012
Tempo para titulação: 38
Bolsista: CNPq
A presente dissertação tem por objetivo o estudo de imagens de espelhos na produção de Clarice Lispector. Imagem recorrente, o espelho aparece na ficção clariciana em diversos textos, participando amplamente de sua produção de crônicas, romances e contos. O tema proposto desdobra-se em elementos como a problemática da constituição do sujeito, o duplo, a percepção e o limiar, os quais mostram ser pontos centrais na obra em exame. Em nossa pesquisa, relacionamos as imagens especulares a eixos já consagrados pela crítica para o estudo de Clarice Lispector, como questões relativas a identidade e alteridade, ao mesmo tempo em que averiguamos a especificidade da recorrência desta imagem na obra da autora. Cada texto foi analisado de modo independente, para depois ser articulado ao conjunto, procurando, assim, atentar para o que havia de singular em cada aparição do espelho. Nosso corpus é constituído pelos romances Perto do coração selvagem (1945), Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres (1969) e Água viva (1973). Também foram analisados contos de diferentes coletâneas, bem como crônicas da autora que apresentavam relevância para nosso estudo; deste conjunto, destacamos textos como A imitação da rosa (1960), Os Obedientes (1964) e A procura de uma dignidade (1974). Devido à particularidade do tema escolhido como fio condutor para a pesquisa, o aparato crítico e teórico foi selecionado de acordo com as necessidades internas de interpretação de texto, evitando, assim, a aplicação de fórmulas ou leituras determinantes, a fim de preservar a polissemia da imagem de espelho e a originalidade de sua configuração na obra de Clarice Lispector. 169 págs.
5. Título: "Uma leitura sobre a representação da natureza em Memórias Póstumas de Brás Cubas"
Aluno: Loildo Teodoro Roseira
Orientador: Cilaine Alves Cunha
Data da Defesa: 14/08/2012
Tempo para titulação: 50
Bolsista: CAPES
Em Memórias póstumas de Brás Cubas, percebe-se uma referência frequente à natureza. Pela análise das situações em que ela se apresenta, pode-se notar que lhe são atribuídas funções e papéis variados e que, portanto, não é possível que se a defina como unidade. Ora o narrador a imputa o domínio de forças metafísicas, ora a determinação dos sentimentos humanos. De modo geral, o narrador recorre à natureza quando se evidencia o caráter condenável de sua conduta, sugerindo que suas ações não poderiam ter-se dado de outro modo, em vista de forças naturais. Em contraste com os contextos históricos apresentados na narrativa, os argumentos naturalistas de Brás Cubas são pouco convincentes, o que põe em relevo o cinismo irônico do defunto autor, de modo que seus pretextos e justificativas infundadas acabem por acusá-lo. Na tentativa de embasar seu discurso, o narrador distorce e se apropria de teorias e correntes de pensamento, como Positivismo, Naturalismo, Darwinismo Social. Ao instrumentalizar-se de conceitos filosóficos e teorias sociais, o romance redunda na paródia desconstrutiva destes e do próprio narrador. O modo como essa instrumentalização cômico-irônica se dá é o que se procurou demonstrar com este trabalho. 137 págs.
6. Título: "Manuel Bandeira e Jules Laforgue: dor, ironia"
Aluno: Flávia Togni do Lago
Orientador: Yudith Rosenbaum
Data da Defesa: 10/08/2012
Tempo para titulação: 50
Bolsista: NÃO
O presente trabalho consiste em apresentar uma leitura de poemas de Manuel Bandeira e Jules Laforgue com o objetivo de trazer a discussão a respeito da dor e da ironia nas duas obras. O estudo tem como objetivo principal ampliar a reflexão sobre a ironia bandeiriana, a partir de elementos relacionados com a obra de Jules Laforgue. Como pudemos comprovar, Bandeira foi um grande admirador e leitor do poeta francês, e embora haja diferenças visíveis entre as obras, estes mesmos pontos de afastamento nos ajudarão a compreender o processo criativo que resultará na construção da ironia em Bandeira. Tentamos recuperar poemas relacionados a um dos temas principais das obras: a morte. Aos poucos, para Manuel Bandeira, veremos que a dor da finitude se transforma em recolhimento e sabedoria, num processo de maturação crescente que acompanha a abertura para o modernismo. Sendo assim, a ironia de Laforgue pode ser considerada mais cruel, ou seja, ela é aparentemente utilizada como arma de defesa ou de libertação de seu desejo de morte presente desde os seus primeiros versos. Em Bandeira, a ironia se relaciona diretamente ao par morte/superação, ou seja, podemos dizer que a ironia banderiana é uma ironia residual, onde após a experiência da dor e do aprendizado para a morte, seria possível rir. A partir dessas primeiras elaborações, a figura do Pierrot transformou-se num ponto de convergência das duas obras, sintetizando em sua imagem os temas trabalhados nesta pesquisa: dor e ironia. 132 págs.
7. Título: "As modulações do erotismo em Manuel Bandeira"
Aluno: Cleuza Vilas Boas Bourgogne
Orientador: Yudith Rosenbaum
Data da Defesa: 09/08/2012
Tempo para titulação: 50
Bolsista: NÃO
O foco deste estudo é a investigação dos traços constitutivos do erotismo e suas modulações em Manuel Bandeira pelo viés temático-estilístico. Para isso, foram analisados poemas em que a nudez está alçada ao patamar contemplativo; em que a finitude da matéria e a transcendência espiritual confluem; em que sujeito e objeto se entregam sem moderação às atrações e ímpetos sexuais; em que se instaura a sublime compaixão e, por fim, poemas em que sagrado e libidinoso se complementam. O percurso das análises não privilegiou um livro do poeta em específico; para o estudo das variantes dos discursos eróticos em Bandeira foram selecionados poemas de maturidades díspares, representativos de uma personalidade literária plural como a do poeta. 144 págs.
8. Título: "No doce das crônicas de Rubem Braga, o testemunho de um narrador de alguns fatos de 1964 a 1967, nas páginas da revista Manchete"
Aluno: Ana Maria de Sousa
Orientador: Jose Alcides Ribeiro
Data da Defesa: 15/06/2012
Tempo para titulação: 29
Bolsista: NÃO
Partindo de nove crônicas, do escritor Rubem Braga, publicadas exclusivamente na revista Manchete de 1964 a 1967 parte do corpus se refere ao início da ditadura militar no Brasil -, estabeleceu-se uma conexão com o princípio da função testemunhal da narrativa, que pressupõe a existência de um fato real; o narrador rubembraguiano registra o testemunho, demonstrando preocupação com alguns problemas políticos de sua época, sem deixar de desempenhar o papel de entreter o leitor. 210 págs.
9. Título: "Angústia: os descaminhos da liberdade"
Aluno: Sergio Roberto Turina
Orientador: Murilo Marcondes de Moura
Data da Defesa: 25/04/2012
Tempo para titulação: 46
Bolsista: CNPq
A presente dissertação tem como propósito estudar o que denominamos herói anti-existencialista do romance Angústia, de Graciliano Ramos, ao analisar sua dificuldade de auto-afirmação diante do mundo de que faz parte, a qual o conduzirá à ação central do livro, o assassinato de Julião Tavares. Escamoteando essa causa subjetiva dos afetos aparentes, os sentimentos de opressão e inferioridade, o protagonista irá atribuí-los ao exterior, à sua existência citadina, ao convívio com o outro, ao rival, Julião Tavares. A dificuldade de auto-afirmação causa de ordem subjetiva desses afetos aparentes , com origem no passado da infância, na não superada rivalidade edipiana, ameaça trazer a tona dois afetos latentes, que se revelam por meio da narrativa digressiva, enquanto forma de auto-análise, a saber: o medo da castração simbólica, e a culpa pelo desejo da morte do pai na infância. Daí a necessidade de escamoteá-la, atribuindo-se ao exterior, a uma causa de ordem objetiva, portanto, os sentimentos de opressão e inferioridade, o que engendrará a idéia de vingança, motivo aparente do assassinato. No ato de vingança estaria implicado um valor anacrônico, com origem na sociedade patriarcal, na qual vivera o menino Luís da silva, a saber: a prática da violência naturalizada, enquanto expressão do sentido arcaico da liberdade, a liberdade ilimitada. Nesse sentido, o caráter anti-existencialista do herói o levará para a livre escolha do assassinato, como forma imprópria de tentar superar os sentimentos de opressão e inferioridade, cuja conseqüência será o aniquilamento do seu ser, descaminho da sua liberdade. 133 págs.
10. Título: "'Há muito tempo que não te escrevo...': reunião da correspondência alencariana (Edição Anotada)"
Aluno: Patricia Regina Cavaleiro Pereira
Orientador: Marcos Antonio de Moraes
Data da Defesa: 23/04/2012
Tempo para titulação: 46
Bolsista: CNPq
Apresentamos, nesta dissertação, a correspondência reunida do escritor e político José Martiniano de Alencar (1829-1877) em uma proposta de edição anotada. Trata-se do estudo e da organização de 279 cartas, acompanhadas de notas e de 61 fac-símiles de documentos conservados em diferentes instituições brasileiras (Academia Brasileira de Letras, Biblioteca Nacional, Fundação Casa de Rui Barbosa e Museu Imperial). Para melhor análise das missivas, objetivando abarcar por diferentes ângulos a trajetória biográfica da personalidade em questão, propomos a divisão do epistolário alencariano (ativo e passivo) em quatro categorias: cartas pessoais, jornalísticas, literárias e políticas. 430 págs.
11. Título: "Que diabo de gênio o dessa rapariga? a construção do feminino em Lucíola, de José de Alencar"
Aluno: Gabriela Viacava de Moraes
Orientador: Cilaine Alves Cunha
Data da Defesa: 30/03/2012
Tempo para titulação: 45
Bolsista: CAPES
O trabalho propõe, a partir do romance Lucíola, uma análise da imagem da mulher construída por José de Alencar, do arsenal simbólico utilizado nesta construção e da maneira como a representação do feminino neste romance reflete a moral da época. O objetivo é abordar o antagonismo presente na obra buscando mostrar como ele se faz presente não apenas na estrutura da narrativa, como na própria heroína: ser bifronte, ao mesmo tempo virgem e bacante. Ao mesmo tempo, procuraremos analisar em que medida a construção da personagem reflete uma ambição mimética e documentadora, ainda que indireta, do presente histórico. Mostraremos que o paradigma de feminilidade construído por Alencar nesta obra reflete a busca por certo progressismo sem, no entanto, colocar em cheque os valores básicos da moral e da família, acompanhando o ritmo de nossa modernização conservadora. 107 págs.
12. Título: "A lenda de Iara: nacionalismo literário e folclore"
Aluno: Sandra Ramos Casemiro
Orientador: Vagner Camilo
Data da Defesa: 29/03/2012
Tempo para titulação: 45
Bolsista: FAPESP
O ideal nacionalista esteve, durante um longo período, no centro das preocupações dos intelectuais do século XIX brasileiro. Com a independência do Brasil, tornou-se bastante forte o desejo de criar ou de forjar uma mitologia que sustentasse o surgimento de nossa nação. Embora o Indianismo tenha sido uma grande expressão dessa tendência, o nacionalismo romântico brasileiro também valorizou as tradições populares e do folclore, como forma de reabilitar as diferenças e as particularidades da nação brasileira, numa tentativa de encontrar na cultura do popular o substrato de uma cultura nacional. O principal objetivo desta pesquisa é o de mostrar como o folclore brasileiro serviu aos intuitos dos românticos de tentar elaborar uma literatura nacional, que pudesse, de acordo com eles, afirmar, frente à antiga metrópole e à Europa, a singularidade ou a autonomia cultural da então recém-independente nação, de modo a salientar que tal intuito atravessou todo o século XIX, evidenciando-se, inclusive, entre alguns parnasianos, até chegar no século XX, no qual seria (re)significado pelo Modernismo, sobretudo por meio de figura de Mário de Andrade. Ressalte-se que a pesquisa restringe-se a um aspecto do nosso folclore, que é a lenda Iara, delineada em obras de José de Alencar, Gonçalves Dias, Juvenal Galeno, Melo Morais Filho, Machado de Assis, Olegário Mariano, Martins Fontes e Olavo Bilac. 181 págs.
13. Título: "Os paradoxos do desamparo: uma leitura de Perto do coração selvagem de Clarice Lispector"
Aluno: Elisabete Ferraz Sanches
Orientador: Yudith Rosenbaum
Data da Defesa: 22/03/2012
Tempo para titulação: 45
Bolsista: CAPES
O presente estudo objetiva uma leitura da obra Perto do coração selvagem, de Clarice Lispector, a partir do percurso da protagonista Joana para desentranhar a análise em direção ao estilo da autora. No primeiro plano, vislumbra-se o desamparo humano sendo revelado na história da personagem; no segundo, o drama clariceano em relação ao desamparo da linguagem/escrita. Solidão, liberdade, felicidade e desamparo definem o que se poderia chamar de tom da obra, construindo uma trama por vezes paradoxal e conflitosa. A leitura será norteada, para tanto, pela noção de desamparo sistematizada pela psicanálise. 123 págs.
14. Título: "A crônica de Cecília Meireles: uma viagem pela ponte de vidro do arco-íris"
Aluno: Daniela Utescher Alves
Orientador: Murilo Marcondes de Moura
Data da Defesa: 28/02/2012
Tempo para titulação: 49
Bolsista: CNPq
Este trabalho objetiva oferecer uma visão de totalidade da crônica produzida por Cecília Meireles e indicar caminhos que permitam compreender as linhas de continuidade traçadas entre os diversos momentos de seu fazer jornalístico, desde o das contribuições ainda na década de 20 para o Jornal; passando pelos Comentários escritos para o Diário de Notícias no início dos anos 30 e permeando todo o longo percurso desenvolvido pela artista nos vários periódicos com os quais manteve vínculos na década de 40 durante a qual trabalhou com vigor tanto conteúdos autobiográficos quanto o desconcerto do mundo em guerra e nas duas décadas seguintes em que assumiu com progressiva nitidez o papel de cronista de viagem. Ao explorar a arte, a educação e a espiritualidade como os elementos organizadores da integralidade dessa produção, seu escopo inclui ainda a pretensão de demonstrar a unidade do projeto literário da autora, através da aproximação entre o ideário expresso com clareza nos veículos de comunicação de massa e o subjacente à sofisticada elaboração de linguagem na poesia. 188 págs.
15. Título: "A construção do amor: uma análise do romance Iaiá Garcia de Machado de Assis"
Aluno: Áriston Moraes Rodrigues
Orientador: Cilaine Alves Cunha
Data da Defesa: 14/02/2012
Tempo para titulação: 48
Bolsista: NÃO
Este trabalho analisa como se comportam as personagens femininas do romance Iaiá Garcia, a partir das suas escolhas amorosas, no âmbito do sistema de favor e cooptação do Segundo Reinado. Para tanto, a análise do estado amoroso em contrapartida aos valores da sociedade clientelista ganha destaque neste trabalho, permitindo compreender a oposição entre as duas principais figuras femininas do romance, Estela e Iaiá Garcia. Como o proposto pelo narrador, as duas personagens simbolizam o passado e o futuro do comportamento social em meados do século XIX e, assim, servem como meio para a discussão, no romance, das relações afetivas intrinsecamente ligadas à questão matrimonial no decurso histórico do Segundo Reinado. Esta análise mostra que essa oposição é uma fórmula encontrada pelo escritor para desacreditar o valor do amor como um sentimento imanente ao homem. 86 págs.
16. Título: "A paixão segundo G.H. e o leitor implícito"
Aluno: Denise Mitiko Sintani
Orientador: Joao Adolfo Hansen
Data da Defesa: 17/01/2012
Tempo para titulação: 48
Bolsista: NÃO
A Paixão segundo G.H., intensamente analisada como obra importante da denominada Terceira Geração Modernista, sob diversos prismas filosófico, formal, psicanalítico e histórico condiz com um momento contemporâneo contundente que expressa alto grau de individualismo, alienação e fragmentação em todos os campos. Desenvolve-se aqui uma investigação sobre a estruturação dessa obra, tendo em vista as estratégias de interlocução criadas pela autora, e o receptor implícito nessa estruturação, em consonância com a teoria do efeito estético elaborada por Wolfgang Iser, que também dialoga com outras teorias envolvendo a configuração do texto ficcional e seus respectivos interlocutores que se encontram embutidos na estrutura das obras. Para tanto, apresenta-se a fortuna crítica relacionada principalmente a interpretações da experiência de fusão sujeito/o outro/linguagem articulada à forma como essas interpretações preenchem as indeterminações produzidas na obra, bem como à tentativa de configurar o efeito da experiência da personagem no leitor contemporâneo. Daí decorre a investigação sobre o projeto literário do Modernismo Brasileiro no contexto da literatura ocidental, expresso na obra em questão, tendo em vista seu aspecto humanizador. 124 págs.
2011
1. Título: "O contista Mário de Andrade e seus pseudônimos no Diário Nacional: edição dos textos"
Aluno: Rafael Antonio Batini
Orientador: Therezinha Apparecida Porto Ancona Lopez
Data da Defesa: 05/12/2011
Tempo para titulação: 42
Bolsista: CAPES
A dissertação dedica-se ao estudo do manuscrito e à edição dos contos "O relógio", "O golpe de ar", "O Bamba", "O fugitivo", "A viúva por demais fiel" e "Serenidade", publicados por Mário de Andrade, com os pseudônimos Luís Antônio Marques e Luís Pinho, no periódico paulistano Diário Nacional, em 1930. Os contos são inéditos e fazem parte do manuscrito Contos curtos, no arquivo do escritor. A pesquisa analisa e edita os documentos à luz da arquivística, da codicologia e da crítica genética. A abordagem do manuscrito considera a criação de Mário de Andrade como ficcionista. 123 págs.
2. Título: "O teatro brasileiro nas revistas literárias e culturais do Rio de Janeiro: 1898-1922"
Aluno: Samuel Swerts Cruz
Orientador: Joao Roberto Gomes de Faria
Data da Defesa: 22/11/2011
Tempo para titulação: 45
Bolsista: NÃO
O principal objetivo do trabalho é apresentar os dados encontrados no levantamento feito em revistas literárias e culturais do período que vai de 1898-1922, período este conhecido como Belle Époque e que abarca boa parte de nosso Pré-Modernismo. O intuito é o de conhecer e contextualizar as principais preocupações dos escritores e intelectuais em relação ao teatro brasileiro e confrontá-las com a realidade, de forma a desfazer certos mitos. O primeiro volume contempla um estudo interpretativo, histórico e crítico, que abrange os gêneros teatrais em voga, as declarações de decadência da arte dramática, bem como a busca por um teatro de cunho nativista. O segundo e terceiro volumes deste trabalho apresentam o índice classificatório das matérias, elaborado a partir dos dados coletados durante a pesquisa, que permite uma fácil localização de boa parte do que foi publicado sobre o teatro na época. 467 págs.
3. Título: "A crítica machadiana durante o Estado Novo"
Aluno: Gabriela Manduca Ferreira
Orientador: Hélio de Seixas Guimarães
Data da Defesa: 18/11/2011
Tempo para titulação: 34
Bolsista: FAPESP
O presente estudo propõe-se a analisar a consagração de Machado de Assis durante o Estado Novo, a sua transformação em patrimônio cultural brasileiro e as relações desses processos com a crítica machadiana do período. Estudo que tem por objetivo a análise da recepção crítica do período e, como complemento a isso, a análise das homenagens ao centenário de nascimento de Machado de Assis (1939), a fim de observar a construção do mito de Nação relacionado com a edificação de Machado de Assis como patrimônio nacional. Durante o Estado Novo Machado de Assis foi entronizado como o grande escritor de uma galeria de vultos nacionais. É certo que a comemoração do centenário de nascimento de Machado de Assis (1939) coincidiu com a vigência do Estado Novo (1937 1945), mas a coincidência de datas não parece poder justificar o alcance dessa comemoração. O presente estudo trabalha com a hipótese de que o emprego da imagem de Machado de Assis feito tanto pelos órgãos oficiais do Estado Novo como pela crítica machadiana do período contribuiu para a conformação de Machado de Assis como escritor consagrado e emblemático da nação brasileira e, em consequência, contribuiu para a construção do mito de Nação. 147 págs.
4. Título: "Senhoras de si: o querer e o poder de personagens femininas nos primeiros contos de Machado de Assis"
Aluno: Renata de Albuquerque
Orientador: Hélio de Seixas Guimarães
Data da Defesa: 17/11/2011
Tempo para titulação: 45
Bolsista: CAPES
Nos dois primeiros livros de contos publicados por Machado de Assis, Contos fluminenses (1870) e Histórias da meia noite (1873), existem treze contos, dos quais onze apresentam discurso direto de personagens femininas, o que parece tornar relevante o estudo desse aspecto. Algumas dessas figuras femininas parecem conseguir expressar suas vontades e, para tanto, utilizam-se de estratégias que fazem parte de seu discurso. Um discurso construído não apenas pela fala, mas complementarmente pelo seu avesso, o silêncio. Investigar, na gênese da obra machadiana, como se constrói essa expressão e quais são essas estratégias é o objetivo principal desta dissertação. 134 págs.
5. Título: "Presente invenção: lendo romances brasileiros contemporâneos"
Aluno: Mario Tommaso Pugliese Filho
Orientador: Joao Adolfo Hansen
Data da Defesa: 03/11/2011
Tempo para titulação: 46
Bolsista: FAPESP
Esta dissertação consiste em: a) um conjunto de reflexões teóricas sobre as relações entre os conceitos de literatura e história e sobre como é possível articulá-los na escrita e na leitura de romances contemporâneos; b) uma mediação que propõe a crítica como espaço para a emergência de uma literatura do presente; c) uma leitura de intervenção de três romances brasileiros contemporâneos. A dissertação investiga elementos para a discussão do valor literário como um jogo entre invenção, no plano da linguagem, e intervenção, no plano do imaginário. 178 págs.
6. Título: "As representações da 'Natureza' nas obras de cronistas e viajantes do Brasil Colonial e seus fundamentos teóricos"
Aluno: Marcio Henrique de Mello Pereira
Orientador: Eduardo de Almeida Navarro
Data da Defesa: 16/09/2011
Tempo para titulação: 44
Bolsista: NÃO
Esta pesquisa se propõe a realizar uma análise das representações da natureza encontradas nas obras de alguns cronistas e viajantes do Brasil colonial e averiguar seus fundamentos teóricos. 135 págs.
7. Título: "O tempo das formas em Grande Sertão: Veredas"
Aluno: Márcio José Pivotto Barbieri
Orientador: Joao Adolfo Hansen
Data da Defesa: 01/07/2011
Tempo para titulação: 48
Bolsista: NÃO
A presente dissertação propõe-se a analisar o tempo na obra Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa. Inicialmente, apresentam-se algumas teorias sobre o tempo baseadas em textos de Lessing, Santo Agostinho, Koselleck, para chegar às teorias do tempo da narrativa, cujos princípios são retirados principalmente dos ensaios de Benedito Nunes e Mendilow. Fundamentada nessas teorias sobre o tempo, a análise é desenvolvida com o intuito de apresentar as formas de temporalidade no romance de Guimarães Rosa. Assim, situa-se a obra no campo literário brasileiro em que o autor a escreveu. Como consequência, abordam-se algumas referências ao tempo histórico que estão explícitas na fala de Riobaldo, como a passagem da Coluna Prestes pelo Norte e Nordeste brasileiros. Por fim, estudando as descrições de cenas, as imagens criadas a partir do ambiente do sertão, as alegorias a partir de elementos naturais (vento, rio, buritis), pretende-se expor como o tempo aparece em diversos momentos do romance. No último capítulo, desenvolve-se a discussão sobre o tempo das formas, demonstrando-se como a constituição da cena da enunciação põe em jogo categorias do tempo. Parte-se inicialmente da organização da estrutura do romance, a saber, do monólogo em forma de diálogo entre um velho fazendeiro sertanejo e um doutor da cidade. Definem-se em seguida os tempos da enunciação (a narração a partir do presente) e do enunciado (os fatos passados da vida do ex-jagunço). Comparando o romance rosiano com dois machadianos (Memórias Póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro), apresentam-se as semelhanças e diferenças entre as formas de constituir as narrativas. Com isso, chega-se à caracterização dos autores fictícios (nas obras de Machado de Assis) e da figura do narrador (no romance de Guimarães Rosa). No final, propõe-se que a organização da primeira parte do romance de Guimarães Rosa, cujo divisor é o episódio do julgamento de Zé Bebelo na fazenda Sempre Verde, é um correlato da elaboração de um devir outro do eu do narrador, que acontece a partir da enunciação. Como a enunciação é definida pelo tempo do presente, o narrador, ao relembrar os fatos de sua vida, projeta outras figuras para o que ele foi (jagunço, atirador e chefe), pois se culpa pelas consequências de suas ações no passado, sendo que a principal é a morte de Diadorim. Essa organização da narração engendra formas de tempo que são os resultados que esta dissertação se propôs a discutir. 125 págs.
8. Título: "Filosofia e tragédia: o processo de reificação em Quincas Borba"
Aluno: Wellington Migliari
Orientador: Cilaine Alves Cunha
Data da Defesa: 21/06/2011
Tempo para titulação: 40
Bolsista: FAPESP
Na narrativa de Machado de Assis, forma e conteúdo ainda suscitam intenso debate entre críticos e leitores. Em meio às transformações socioeconômicas do final do século XIX, houve também, na esfera da cultura, a dialética entre o homem e o determinismo histórico da época. Como um dos traços de Quincas Borba, o regime da luta pela autoconservação expõe o principal personagem, também herdeiro de grande pecúnio, a oportunistas e, por fim, à expropriação financeira. Depois de ter sua riqueza dilapidada e já enlouquecido, Rubião retorna à Barbacena, lugar de origem na província, para compreender de forma trágica o apólogo de Ao vencedor, as batatas, fórmula sintética e selvagem operante na corte imperial brasileira dos arrivistas. Dessa maneira, o principal objetivo do presente trabalho é discutir o processo de reificação do indivíduo, sem dispensar a análise dos costumes do mundo tradicional e dos hábitos burgueses em relação ao dinheiro e à presença do estamento. 178 págs.
9. Título: "A historiografia literária na Argentina e no Brasil. Romantismo(s) e nacionalismo"
Aluno: Diego Alejandro Molina
Orientador: Cilaine Alves Cunha
Data da Defesa: 01/06/2011
Tempo para titulação: 35
Bolsista: CNPq
A literatura brasileira tem sido isolada dos estudos literários (acadêmicos, críticos e historiográficos) que tentam dar conta da chamada Literatura latinoamericana. Com um enfoque comparatista da produção historiográfica literária da Argentina e do Brasil românticos, esta pesquisa tem por objeto colocar em relação direta os processos discursivos que as elites letradas de cada país elaboraram no momento de criar (inventar) as nações emergentes. Desta forma se busca ressaltar as semelhanças dos processos sem extenuar nem forçar as comparações. O projeto contempla, também, a possibilidade de colocar em evidência alguns aspectos problemáticos das chamadas literaturas nacionais na atualidade. Para isso, analisar-se-á um corpus de textos de historiografia literária de ambos os países no contexto da produção historiográfica latinoamericana no século XIX, em particular, e ocidental, em geral. As ideias de romantismo, nacionalismo e historiografia literária e liberal do século XIX conformam o pano de fundo no qual se inscreve o projeto. 182 págs.
10. Título: "Memória das Ilusões: um estudo de Ressureição, primeiro romance de Machado de Assis"
Aluno: Amanda Rios Herane
Orientador: Hélio de Seixas Guimarães
Data da Defesa: 11/05/2011
Tempo para titulação: 35
Bolsista: FAPESP
Esta pesquisa consiste em uma leitura de Ressurreição (1872), primeiro romance de Machado de Assis. Em vez de explorar a relação do livro com o restante da obra do autor (o que se realiza apenas no fechamento do texto, de forma indicativa), este trabalho desenvolve um estudo voltado prioritariamente para os elementos internos de Ressurreição. Pretendo evidenciar que o romance se estrutura em torno de uma avaliação do comportamento dos personagens que se associa a uma defesa do matrimônio na sociedade carioca da segunda metade do século XIX, elaborando uma representação do casamento marcada pela ambiguidade e pelo elogio da conformidade às instituições dominantes. Em uma leitura do conjunto da produção machadiana, a crítica do século XX a separou em dois momentos, cujo marco divisório seria o romance Memórias Póstumas de Brás Cubas (1880), situando Ressurreição na primeira dessas duas fases. No primeiro capítulo, são abordados os pressupostos que conduziram a essa cisão, tendo-se em vista o debate sobre o alinhamento de Ressurreição aos outros três romances da primeira fase de Machado de Assis. O capítulo também abarca o modo como o primeiro romance machadiano foi recebido pelos críticos do século XIX e pela crítica mais recente. O segundo capítulo traz uma aproximação da obra a partir das diretrizes oferecidas por Machado de Assis na advertência da primeira edição de Ressurreição. Tais indicações, postas em relação ao argumento do romance, sugerem um caminho de leitura para o livro cujas implicações são associadas, nesta parte do trabalho, a discussões levantadas por G. Lukács e Ian Watt sobre a forma romanesca. O terceiro capítulo centra-se em algumas contradições do discurso do narrador, que aparecem especialmente em sua perspectiva sobre o casamento, de modo que essa parte da pesquisa conta com uma abordagem das relações matrimoniais no Brasil do século XIX. O sentido das contradições do narrador e a inscrição de Ressurreição na obra machadiana são problemas que podem não estar dissociados, e são as principais inquietações que subjazem a este trabalho. 120 págs.
11. Título: "Como um corte de navalha: resistência e melancolia em Em câmara lenta, de Renato Tapajós"
Aluno: Carlos Augusto Carneiro Costa
Orientador: Jaime Ginzburg
Data da Defesa: 04/05/2011
Tempo para titulação: 35
Bolsista: CNPq
Esta dissertação tem como objetivo analisar o romance Em câmara lenta (1977), de Renato Tapajós, e suas relações com o contexto histórico da Ditadura Militar no Brasil (1964-1985), marcado pelo uso da violência extrema como mecanismo de repressão a manifestações artísticas e políticas contrárias ao poder autoritário. Considerando algumas abordagens teóricas sobre a configuração estética do romance moderno, bem como estudos sobre violência, suas ramificações e consequências para a constituição do sujeito, procuramos compreender o romance de Tapajós como produção literária que incorpora em sua elaboração formal os processos antagônicos de sua realidade histórica. 163 págs.
12. Título: "As fontes culturais elaboradas sincreticamente no teatro anchietano"
Aluno: Julio Cesar Ferreira
Orientador: Eduardo de Almeida Navarro
Data da Defesa: 15/04/2011
Tempo para titulação: 45
Bolsista: NÃO
O objetivo desse trabalho é compreender como o Padre José de Anchieta elaborou sua obra dramática, composta por doze autos teatrais, unindo a cultura européia, fortemente influenciada pelo cristianismo, com a cultura indígena brasileira. Para isso serão analisados alguns costumes e mitos indígenas descritos pelos cronistas que viajaram pelo Brasil no Século XVI. Também será abordada a tradição teatral em Portugal nas variantes Popular, mimos, jograis e entremezes; Escolar, comédias e tragédias clássicas; e Religiosa composta por pastoris, presépios e autos. E finalmente a analise das peças de Teatro de José de Anchieta, escritas em tupi ou que contenham fragmentos em tupi, buscando o sincretismo que o mesmo desenvolveu em sua obra. Anchieta falava para um público composto por colonos europeus, muitos dos quais degredados e índios falantes da língua brasílica, portanto um público totalmente novo, e para o entendimento da mensagem evangelizadora que seu teatro trazia fez-se necessário a re-elaboração dos elementos culturais indígenas e europeus iniciando um processo sincrético onde Deus (Jeová) tomará a forma de Tupã, os anjos ganharão assas coloridas ao modo das emplumagens1 indígena e o Demônio será dividido em vários personagens, diferentemente da tradição judaico-cristã e mais próxima a cultura indígena brasileira que acreditava em vários demônios. Esses receberão nomes de índios inimigos dos portugueses e características que compõem alguns dos seres espirituais que aterrorizavam os amerabas como o Curupira, o Caapora, o Baetata e outros. Alguns costumes como a poligamia, as cauinagens2 e a antropofagia, ritual no qual os índios devoravam seus prisioneiros para se vingar da morte de seus antepassados; serão criticados no teatro anchietano. Porem outros costumes serão aceitos e re-significados como a abertura de caminhos para os Karaibas3, o desbaste e varredura das trilhas na qual passariam os Profetas errantes; ou a troca de nome dos algozes dos prisioneiros, costume que mais tarde será incorporado pelos padres para falar sobre o batismo; incentivando o índio a assumir um novo nome mas desta vez cristão e uma nova personalidade, disposta a abandonar suas praticas ancestrais. Compreender os primórdios do teatro no Brasil, escrito pelo Padre José de Anchieta nos idos do Século XVI, é buscar entender as características que deram inicio a formação da cultura brasileira. 93 págs.
13. Título: "O Sr. Machado de Assis, poeta indianista: nacionalismo literário do verso para a prosa"
Aluno: Luiz Evaristo Garcia Júnior
Orientador: Eduardo de Almeida Navarro
Data da Defesa: 08/04/2011
Tempo para titulação: 46
Bolsista: NÃO
Este trabalho objetiva uma introdução à análise e interpretação de poemas de Machado de Assis (1839-1908) presentes no livro Americanas (1875), com o resgate de sua escassa fortuna crítica; apresentação esquemática dos poemas; das suas datas de publicação anteriores à reunião em livro; das críticas recebidas por Machado em vida, especialmente por Sílvio Romero (1857-1914); e das modificações operadas por Machado como reação a tais críticas. Busca-se analisar como Machado redirecionou e recriou certas peças literárias ao longo do processo formativo da nossa literatura de cunho nacionalista, representando certa formação do caráter nacional. Para tanto, analisamos dois contos intitulados "Mariana", publicados em tempos distintos e entremeio à publicação de um poema das Americanas intitulado "Sabina", cuja temática liga-se aos dois contos. Através da leitura dos textos ficcionais, bem como dos textos de crítica do próprio poeta e prosador, buscamos fundamentar uma leitura que aponta para a importância de sua referida obra poética, considerada como engrenagem a mover peças de sua obra em prosa. 92 págs.
14. Título: "As ilusões do romance: estrutura e percepção em São Bernardo de Graciliano Ramos"
Aluno: Edilson Dias de Moura
Orientador: Joao Adolfo Hansen
Data da Defesa: 15/03/2011
Tempo para titulação: 38
Bolsista: FAPESP
As Ilusões do Romance: Estrutura e Percepção em São Bernardo de Graciliano Ramos é um estudo e análise da narrativa, dos efeitos do ato de leitura (ISER; 1996) produzido pelo romance, que se finaliza com uma compreensão histórica da obra, segundo sua recepção crítica surgida na década de 1930. A fim de dar conta deste último item de pesquisa, lançou-se mão das noções teóricas da estética da recepção (JAUSS: 1994). A partir do estudo, portanto, da estrutura do romance (segundo a teoria e análise do discurso), dos efeitos produzidos no ato da leitura e da recepção histórica dos textos, defende-se a tese de que São Bernardo é uma obra em que seus personagens funcionam como máscara de ideais literários, o que permite ao autor criticar os supostos efeitos causados pela ilusão do texto ficcional. Fato que faz com que São Bernardo deva sua modernidade exatamente à pluralidade discursiva, à indução da expectativa de valores literários, chegando quase a parecer-nos polifônico no sentido que Bakhtin estuda e propõe que seja a obra de Dostoiévski. Daí seu narrador, Paulo Honório, ainda hoje ser visto como um narrador pouco comum, atraindo as atenções da crítica e a deixando na situação embaraçosa da contradição, exigindo dela critérios de análise mais ético-moral que literários. 273 págs.
15. Título: "Do tatu fúnebre ao Lar-titú: implicações do Indianismo no Canto Segundo do poema 'O Guesa', de Sousândrade"
Aluno: Alessandra da Silva Carneiro
Orientador: Vagner Camilo
Data da Defesa: 01/03/2011
Tempo para titulação: 33
Bolsista: CAPES
No Canto Segundo do poema "O Guesa" (188?), uma das treze seções que compõe o longo poema épico de Sousândrade, destaca-se a reunião de índios com personagens não indígenas em um festim supostamente oferecido ao demônio Jurupari, na região do Alto Solimões, no Amazonas. Nessa pândega assinalada por uma dança depravada que ficou conhecida como Tatuturema, designação também atribuída pela crítica literária ao excerto do canto no qual o episódio festivo se desenvolve, chama atenção, principalmente, a caracterização dos nativos como seres degradados e explorados pelo contato com a sociedade branca. Representação que é oposta à imagem idealizada do índio presente na literatura oitocentista. Isso posto, o objetivo desta dissertação é analisar as figurações do Indianismo no Canto Segundo e suas implicações. A hipótese aventada é que a temática da festa indígena seria pano de fundo para a crítica de Sousândrade ao favorecimento de um grupo restrito de pessoas ligadas ao imperador d. Pedro II e à política opressiva e excludente do Segundo Reinado em relação aos grupos indígenas no projeto de construção da ideia de nação. 136 págs.
2010
1. Título: "Processo de criação do estudo Preto, um inédito de Mário de Andrade"
Aluno: Angela Teodoro Grillo
Orientador: Therezinha Apparecida Porto Ancona Lopez
Data da Defesa: 19/11/2010
Tempo para titulação: 33
Bolsista: FAPESP
A dissertação dedica-se ao estudo do manuscrito Preto, um dos títulos que compõem a série Manuscritos Mário de Andrade, no arquivo do escritor, no IEB/USP. A análise dos documentos reunidos neste estudo inédito, cuja escritura durou cerca de 20 anos e foi interrompida pela morte do autor, valeu-se da crítica genética para montar o dossiê do manuscrito, de acordo com uma interpretação do processo de criação que se liga a um grande número de notas de trabalho, bem como a versões de texto em datiloscrito, em exemplar de trabalho e impressão em periódicos, não rasurada. A abordagem do manuscrito considera a criação do ensaísta na dimensão de Mário de Andrade antropólogo, debruçado sobre a questão do negro, munindo-se de notas que traduzem principalmente seu diálogo de leitor com um grande número de obras e autores, nos mais diversos campos do conhecimento. Obras que se configuram como matrizes de seu pensamento, e documentação por ele apropriada que fundamenta suas cogitações a respeito do preconceito de cor, externadas em três ensaios. 882 págs.
2. Título: "Pero de Magalhães Gandavo: um cronista beletrista no Brasil colonial"
Aluno: Alexandre José Barboza da Costa
Orientador: Eduardo de Almeida Navarro
Data da Defesa: 17/09/2010
Tempo para titulação: 44
Bolsista: NÃO
O presente trabalho pretende discutir o gênero epidítico em Pero de Magalhães Gandavo, consistindo na análise das obras História da Província de Santa Cruz e Tratado da Terra do Brasil, em que aflora o discurso encomiástico adotado pelo autor em relação ao Brasil, buscando entender de que maneira construiu Gandavo, um homem beletrista, a imagem do Brasil. 145 págs.
3. Título: "Um Sussurro nas Trevas: uma revisão da recepção crítica e literária de Noite na Taverna, de Álvares de Azevedo"
Aluno: Jefferson Donizeti de Oliveira
Orientador: Vagner Camilo
Data da Defesa: 18/08/2010
Tempo para titulação: 50
Bolsista: FAPESP
Este trabalho objetiva uma revisão da recepção crítica e literária de Noite na Taverna, de Álvares de Azevedo. Com sua Noite na Taverna, esse poeta romântico criou uma peça singular em nossas letras, que gozou de grande popularidade desde então. Busco, a partir disso, elencar e comentar os mais relevantes estudos críticos sobre a obra, além de relacionar uma série de emulações da novela, produzidas sob sua inspiração e dividindo com ela o mesmo clima macabro e de espírito de grupo. Cumpre lembrar que, apesar do seu sucesso literário, Noite na Taverna não foi suficiente para criar entre nós uma tradição de literatura fantástica. Cabe ainda, ao apontar influxos (ainda que indiretos) da literatura de horror no romantismo brasileiro, apresentar uma reflexão sobre os motivos góticos no projeto estético de Álvares de Azevedo. 187 págs.
4. Título: "Um lugar para o periódico O Novo Mundo (Nova Iorque, 1870-1879)"
Aluno: Monica Maria Rinaldi Asciutti
Orientador: Hélio de Seixas Guimarães
Data da Defesa: 29/04/2010
Tempo para titulação: 39
Bolsista: FAPESP
A presente dissertação investiga os artigos referentes à literatura (prosa ficciconal e poesia) de O Novo Mundo Periódico Ilustrado do Progresso da Idade, publicado em Nova Iorque, Estados Unidos, entre 1870 e 1879, para distribuição e circulação no Brasil. Em língua portuguesa, o periódico foi fundado por José Carlos Rodrigues (1844-1923), seu principal redator, e contou com um grupo de colaboradores que, nutrindo admiração pelos rumos do desenvolvimento da nação norte-americana, acreditavam no modelo estadunidense como solução para os problemas político-sociais brasileiros. O exame dos artigos que tratavam da conformação da literatura brasileira nas páginas do periódico mostra que ele pode ser visto à semelhança da revista Niterói, publicada na França em 1836, e considerada demarcadora da tendência literária romântica, junto à obra Suspiros Poéticos e Saudades (1836), de Domingos José Gonçalves de Magalhães. A comparação se justifica na medida em que O Novo Mundo foi também um lugar privilegiado a partir do qual se pode observar a renovação da produção literária ao longo da década de 1870. Foi nesse periódico que Machado de Assis publicou, em março de 1873, em caráter inédito, o ensaio literário "Instinto de Nacionalidade", que viria a ser amplamente conhecido e celebrado pela crítica literária brasileira como marco do esgotamento do Romantismo brasileiro e indicativo da renovação que a produção local sofreria com a obra machadiana e as novas doutrinas do Realismo e do Naturalismo. 128 págs.
5. Título: "O trabalho de Poty Lazzarotto como Ilustrador"
Aluno: Carla Fernanda Fontana
Orientador: Valentim Aparecido Facioli
Data da Defesa: 09/04/2010
Tempo para titulação: 50
Bolsista: NÃO
Não localizada.
6. Título: "O reflexo do cotidiano nas crônicas de Raul Pompéia"
Aluno: Miriam Cristina Fernandes Bailo Morato
Orientador: Jose Alcides Ribeiro
Data da Defesa: 23/03/2010
Tempo para titulação: 45
Bolsista: NÃO
Este trabalho acadêmico pretende demonstrar que a produção cronística de Raul Pompéia está centrada em uma relação da linguagem jornalística com a literária, com imbricações entre essas duas vertentes. A metáfora é de um serpentear que desliza entre as mesmas. O subjetivismo de Pompéia campeia tanto em uma ética jornalística compromissada com a transformação e aprimoramento da sociedade. O corpus selecionado para demonstrar o objetivo acima são as crônicas jornalísticas desse autor, publicadas no jornal O Estado de São Paulo, no período de 1890 a 1893 e compiladas por Afrânio Coutinho no vol VIII, Crônicas 3, das páginas 39 a 317. Desse corpus foram selecionadas 06 delas. A esse recorte, em alguns momentos, foram acrescidos excertos de outras crônicas, a medida do necessário para fazer a demonstração do que se pretendia. Alguns teóricos básicos foram selecionados para sedimentar cientificamente essas idéias: Teun A. van Dijk, Gonzalo Martin Vivaldi, Vitor Manuel de Aguiar e Silva, Emil Staiger, entre outros. Percebeu-se que Pompéia adiantava alguns conceitos do newsmaking (gatekeeper e agenda setting). Além disso, as marcas de enunciação dessas crônicas evidenciaram uma preocupação do autor com o público leitor em busca de um feedback. |Assim sendo, percebeu-se a importância desse estudo para o jornalismo, a crônica jornalística, a literatura do séc. XIX, entre outros. 139 págs.
7. Título: "Ficção e linguagem nos contos 'São Marcos' e 'A hora e a vez de Augusto Matraga'"
Aluno: Wanderleia Pinheiro Querubini
Orientador: Cilaine Alves Cunha
Data da Defesa: 10/03/2010
Tempo para titulação: 50
Bolsista: NÃO
O propósito desta dissertação é apresentar uma leitura de duas narrativas de Sagarana, "São Marcos" e "A hora e vez de Augusto Matraga", como alegorias do fazer literário em G. Rosa. Na primeira, os elementos de feitiçaria, de reza brava e de experiências com a palavra são tomados como alegorias das concepções de linguagem e dos modos como se produzem os fazeres literários. Estas concepções e estes procedimentos passam por vários ensaios de avaliação de sua força produtora de efeitos poéticos e ficcionais, o que faz de "São Marcos" um laboratório da língua e de seus personagens verdadeiros artífices da palavra. Na segunda, a experiência do homem frente ao seu destino e sua luta contra a dominação e em favor da permanência de sua fama são consideradas como experiências semelhantes às do trabalho com a linguagem contra a domesticação normativa da escrita, o desgaste pelo uso excessivo ou o esquecimento pelo desuso. Assim, neste conto, a ficção encena, como seu efeito alegórico, a recaptura da condição selvagem, primitiva da linguagem. Em ambas, esta leitura tenta colher os elementos de uma poética rosiana, profundamente meditada e pensada no interior de sua própria produção literária. 112 págs.
8. Título: "Iracema e a graciosa Ará: as metáforas e comparações entre personagens e natureza em Iracema"
Aluno: Cássio Silveira
Orientador: Eduardo de Almeida Navarro
Data da Defesa: 05/03/2010
Tempo para titulação: 38
Bolsista: NÃO
Neste trabalho, são analisadas as relações de comparação e metáfora entre os personagens de Iracema e a natureza, cenário do romance. O intuito, porém, não foi apenas fazer uma listagem dos pontos do romance em que essas relações ocorrem, mas fazer a ligação entre elas e o contexto literário, político e social da época em que o romance foi produzido. Analisando a união dos grupos da natureza utilizados com seu personagem correspondente, podemos perceber que a escolha das metáforas não é gratuita, mas possui profunda correspondência com os objetivos e idéias tanto do autor como de toda uma geração. Assim, a personagem Iracema é normalmente relacionada a um conjunto de seres da natureza, enquanto Martim é normalmente relacionado a outro conjunto, o que nos permite interpretar o status relacionado a cada personagem e por que. Logo, a partir dessas detalhes, podemos verificar aspectos literários, sociais e políticos importantes da época. Creio que o trabalho, com esse enfoque, não seja estéril, porém, muito pelo contrário, seja útil para compreendermos melhor as obras de uma época (no caso, o Brasil Império) e sua ligação com o contexto em que foram criadas. 190 págs.
9. Título: "O reflexo de Helena - Modelos literários e nacionalidade em Helena (1876), de Machado de Assis"
Aluno: Rogério Fernandes dos Santos
Orientador: Hélio de Seixas Guimarães
Data da Defesa: 05/03/2010
Tempo para titulação: 45
Bolsista: CNPq
Este trabalho busca desenvolver uma leitura "desautomatizada" do romance Helena (1876), de Machado de Assis. A proposta é realizar uma análise interpretativa em que não se tenha em perspectiva a produção posterior do autor, iniciada grosso modo com Memórias Póstumas de Brás Cubas, de 1881. Buscaremos apresentar uma leitura em que se resgate o horizonte de expectativas dos leitores, críticos e autores contemporâneos à publicação do romance. Com isso, veremos que a obra realiza dentro desse horizonte um movimento a contrapelo em relação a seus pares. Além disso, naquele momento se definem, e disputam espaço, dois projetos de literatura nacional: o primeiro, representado por Helena, estabelece uma literatura em sintonia com o romance popular e cosmopolita produzido na Europa; o segundo, representado por O Cabeleira, é parte de um processo de formação da identidade nacional por meio da literatura. Veremos também que há presente dentro do espaço ficcional de Helena uma tensão entre local e universal, representado tanto pela citação direta de romances como Manon Lescaut e Paulo e Virgínia, como pela incorporação dos arquétipos representados pelo romance-folhetim em seu tecido narrativo. Formalmente, ao condensar e retrabalhar referências literárias tanto nacionais como estrangeiras, a prosa machadiana desse período critica alguns princípios norteadores da produção literária brasileira, questionando modelos de literatura e refletindo sobre eles. 147 págs.
2009
1. Título: "Os quatro elementos: o lirismo dialético de Murilo Mendes"
Aluno: Carlos Eduardo Ortolan Miranda
Orientador: Murilo Marcondes de Moura
Data da Defesa: 14/12/2009
Tempo para titulação: 47
Bolsista: NÃO
O objetivo deste trabalho é empreender uma leitura monográfica de Os Quatro Elementos, livro de Murilo Mendes de 1935. A motivação inicial foi o caráter original da obra e a inexistência de investigação crítica a respeito do volume, temas que são abordados mais extensivamente na introdução. A seguir, passa-se à análise detida de alguns poemas do livro, em que se busca identificar alguns dos temas principais da lírica de Murilo Mendes (a religiosidade, o erotismo, a visão mitológica, a influência surrealista, o humor); aborda-se também algumas questões de cunho mais filosófico, mas centrais para a compreensão do poeta, como as da relação entre História e Transcendência. Finalmente, a reflexão incide sobre o caráter original da obra de Murilo Mendes face seus contemporâneos do Modernismo, e intenta explicar o silêncio da crítica relativamente ao livro. 109 págs.
2. Título: "Prazer de sombra: uma leitura de 'Dão-Lalalão', de João Guimarães Rosa"
Aluno: Edinael Sanches Rocha
Orientador: Yudith Rosenbaum
Data da Defesa: 05/10/2009
Tempo para titulação: 45
Bolsista: NÃO
Rosa. Articula-se a proposta de uma análise estilística do texto com a interpretação de cunho psicanalítico, sobretudo a partir de Freud. Situa-se, primeiramente, a relação entre este estudo e a fortuna crítica da obra selecionada, discutindo aspectos relevantes dos trabalhos de outros estudiosos. Ao abordar a relação entre o foco narrativo e o protagonista e utilizando-se de indicações do próprio Guimarães Rosa presentes em outras obras e em correspondências com seus tradutores, utiliza-se a metáfora do badalar de um sino como homólogo aos movimentos internos e externos de Soropita, sobretudo em torno da questão da manutenção do recalque como forma de preservar sua estabilidade social e pessoal. Esta dissertação reflete ainda sobre uma possível disposição melancólica de Soropita, além de estudar aspectos significativos do amor entre este personagem e sua esposa, Doralda, que mantém relação com a dinâmica do recalque. Aponta-se, por fim, para o caráter cíclico e inconcluso da presente narrativa, como sendo sua marca distintiva, não havendo, no nível do personagem principal, solução possível para seus dilemas. As questões histórico-sociais, pertinentes ao contexto abarcado pela novela, também serão articuladas ao estudo do estilo e à problemática psicanalítica abordada. 128 págs.
3. Título: "Machado de Assis: uma poética de contrastes - contos do trágico e do riso"
Aluno: Mariella Augusta Pereira
Orientador: Valentim Aparecido Facioli
Data da Defesa: 28/09/2009
Tempo para titulação: 45
Bolsista: NÃO
A literatura machadiana apresenta uma dualidade entre a tragicidade e a comicidade que esta dissertação pretende explorar e entender. A apuração de tais aspectos foi dividida em duas partes: a primeira trata da obra machadiana como um todo, sem atentar para qualquer texto em especial; e a segunda aponta, através da análise de três contos, a convivência dessas duas características contrastantes. Como Machado adota uma miscelânea nos gêneros literários, será preciso analisar o teatro e a sátira menipéia dos quais se serviu para a confecção de tais contos, disso decorreu nossa preocupação em avaliá-los. 178 págs.
4. Título: "'No écran das folhas brancas': o cinema nas leituras. Produção jornalística e criação literária de Mário de Andrade"
Aluno: Paulo Jose da Silva Cunha
Orientador: Marcos Antonio de Moraes
Data da Defesa: 28/09/2009
Tempo para titulação: 45
Bolsista: NÃO
A pesquisa objetivou a investigação no acervo da biblioteca do escritor Mário de Andrade (1893-1945), em busca de livros e revistas sobre cinema, alguns com notas de leitura. A intenção foi perceber de que maneira as leituras de Mário de Andrade sobre cinema foram incorporadas à sua produção textual, em especial através do diálogo com intelectuais europeus. Documentos de processo relacionados às críticas de cinema de Mário de Andrade também interessaram à pesquisa, assim como a análise a referências à sétima arte presentes na poesia mariodeandradeana. O estudo desse corpus possibilitou apreender aspectos do pensamento de Mário sobre cinema e suas modificações no tempo. 468 págs.
5. Título: "Escritores brasileiros na correspondência passiva do crítico literário Plínio Barreto"
Aluno: André da Costa Cabral
Orientador: Marcos Antonio de Moraes
Data da Defesa: 25/09/2009
Tempo para titulação: 44
Bolsista: FAPESP
Esta dissertação apresenta uma seleta de 109 cartas de personalidades da cultura brasileira dirigidas ao jornalista e político paulista Plínio Barreto (1882-1958). A documentação, pertencente à Série Correspondência Passiva do Arquivo Plínio Barreto, no patrimônio do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo, espelha a atividade do crítico nos periódicos O Estado de S. Paulo, Diário de S. Paulo, Revista do Brasil e Revista Nova. As cartas transcritas e anotadas dialogam com os textos de crítica de Plínio Barreto, localizados pela pesquisa e inseridos nesta dissertação. Pretende-se facultar material inédito em livro, criteriosamente editado, visando uma reavaliação do lugar do jornalista no sistema literário brasileiro do século XX. 389 págs.
6. Título: "Tutaméia: do chiste à mimesis. A respeito da família"
Aluno: Ana Lucia Branco
Orientador: Luiz Dagobert de Aguirra Roncari
Data da Defesa: 24/08/2009
Tempo para titulação: 49
Bolsista: CNPq
Pensando a literatura como um fenômeno de linguagem que não dispensa a experiência sociocultural em sua feitura, o presente trabalho se volta à última obra não-póstuma de Guimarães Rosa, que desponta por certas singularidades intrínsecas, Tutaméia, com o fim de apreender como a arcaica e tradicional sociedade patriarcal se configura no âmbito privado, a Família. Tomando o chiste enquanto procedimento formal dialético, de revelar e esconder, de desconcertar e esclarecer, de tapar e descobrir, percebe-se que a conjectura subjaz à manutenção do modelo familiar, pelo masculino, enquanto, pelo feminino, há tendência à fratura e/ou ruptura do mesmo. Por tais constatações, estrutura-se o estudo em três blocos discursivos. Ao primeiro cabe enfocar certas especificidades do corpus literário; o segundo procede em torno da crítica literária, de onde se introduz um matiz diferenciado; e, por fim, considerando todo o escrito de antes, o último incide na interpretação temática mais apurada a partir de duas estórias: "Desenredo" e "Esses Lopes". 138 págs.
7. Título: "Procedimentos paródicos e distanciamento irônico em Papéis avulsos, de Machado de Assis"
Aluno: Márlio Barcellos Pereira da Silva
Orientador: Hélio de Seixas Guimarães
Data da Defesa: 17/08/2009
Tempo para titulação: 50
Bolsista: CAPES
Este estudo trata da presença da paródia nos contos reunidos em Papéis avulsos (1882), de Machado de Assis. Por paródia entende-se, segundo M. Bakhtin, a representação da linguagem de outrem com orientação divergente; e, segundo L. Hutcheon, a repetição de um texto ou discurso com diferença irônica. O objetivo geral da pesquisa é compreender como a paródia pode ser um elemento fundamental na estruturação de quatro contos de Papéis avulsos. Os objetivos específicos são: verificar como Machado de Assis emprega as formas e os gêneros no âmbito dos quais se desenvolve a enunciação dos contos; averiguar como o uso de referências, citações, obras, idéias, discursos etc., servem ambígua e dialogicamente aos narradores e personagens dos contos; compreender como essa mobilização constante de diversas referências, discursos e linguagens colabora com a construção dos contos tanto no nível formal quanto no temático; verificar de que modo o uso da paródia pode ter outro significado para o autor, que, através de diversas estratégias de distanciamento, exercita sua ironia sobre questões de seu tempo e de seu espaço. Pretende-se mostrar que, em todos os contos analisados, os procedimentos paródicos utilizados estão a serviço da produção de um distanciamento crítico e irônico do autor e do leitor em relação a sua realidade. 125 págs.
8. Título: "Controvérsia sem tédio: as polêmicas em torno da imigração na crônica de Machado de Assis"
Aluno: Rodrigo Donizete Pereira
Orientador: Hélio de Seixas Guimarães
Data da Defesa: 17/08/2009
Tempo para titulação: 50
Bolsista: NÃO
Não localizada.
9. Título: "Catálogo analítico dos dossiês literários com exemplares de trabalho de Mario de Andrade: caminhos da criação"
Aluno: Aline Nogueira Marques
Orientador: Marcos Antonio de Moraes
Data da Defesa: 08/04/2009
Tempo para titulação: 50
Bolsista: CNPq
Esta dissertação de mestrado compreende o estudo e a organização dos dossiês dos manuscritos literários com exemplares de trabalho, como parcela do catálogo analítico (catalogue raisonné) da série Manuscritos do Arquivo Mário de Andrade, proposto pelo projeto temático FAPESP/ IEB-USP/ FFLCH-USP, Estudo do processo de criação de Mário de Andrade nos manuscritos de seu arquivo, em sua correspondência, em sua marginália e em suas leituras, coordenado pela Profa. Dra. Telê Ancona Lopez. Nesta parcela, os dossiês de A escrava que não é Isaura, Amar, verbo intransitivo, Belazarte/Os contos de Belazarte, Macunaíma, o herói sem nenhum caráter, Os filhos da Candinha, Poesias e Obra imatura, compostos de notas de trabalho, planos, esboços e versões em autógrafos, datiloscritos e exemplares de trabalho, isto é, versões resultantes da justaposição de rasuras autógrafas ao texto impresso (editado), são ordenados, submetidos à análise documentária e codicológica, bem como interpretados, à luz da crítica genética. 103 págs.
10. Título: "A morte nas crônicas memorialísticas de Helena Silveira"
Aluno: Noelma da Silva Brocanelli
Orientador: Jose Alcides Ribeiro
Data da Defesa: 30/03/2009
Tempo para titulação: 45
Bolsista: NÃO
Esta dissertação tem como objetivo principal o estudo das crônicas de memória de Helena Silveira contidas em sua obra Sombra Azul e Carneiro Branco. Publicada em 1960, trata-se de uma seleção de crônicas escolhidas em vida pela autora, que, inicialmente, foram publicadas na seção Paisagem e memória do jornal Folha da Manhã. A caracterização das crônicas tem como principal objetivo o reconhecimento de suas técnicas de composição, partindo da temática referente à morte. Esta análise permitirá discutir a relação entre os gêneros cronístico e memorialístico, resgatar a importância da produção literária de Helena Silveira e traçar um perfil de sua relação com a temática. Para isso, constará neste estudo um resgate histórico e conceitual sobre os gêneros cronístico e memorialístico, uma análise minuciosa de tais crônicas no tocante às técnicas de composição da autora, ao ponto de vista, à temática e à presença das crônicas no gênero memorialístico brasileiro. 117 págs.
11. Título: "Isto é besteirol: a dramaturgia de Vicente Pereira no âmbito do Teatro Besteirol"
Aluno: Luís Francisco Wasilewski
Orientador: Joao Roberto Gomes de Faria
Data da Defesa: 11/03/2009
Tempo para titulação: 45
Bolsista: CNPq
Esta dissertação estuda o Teatro Besteirol, movimento teatral importante da cena brasileira contemporânea . São analisados os espetáculos precursores do gênero como: Ladies na Madrugada e Quem Tem Medo de Itália Fausta? até se estabelecer um estudo da obra dramatúrgica de Vicente Pereira, especialmente do seu texto Solidão, a Comédia. São vistos os procedimentos cômicos utilizados pelo escritor nesse texto, bem como a recepção de sua encenação junto à crítica. 629 págs.
12. Título: "A construção da comicidade no teatro de Machado de Assis"
Aluno: Gabriela Maria Lisboa Pinheiro
Orientador: Joao Roberto Gomes de Faria
Data da Defesa: 05/03/2009
Tempo para titulação: 45
Bolsista: NÃO
Esta pesquisa desenvolve um estudo em torno do teatro escrito por Machado de Assis, privilegiando a análise das formas de comicidade utilizadas pelo autor em suas peças. Quatro comédias são analisadas no presente trabalho: "O caminho da porta" e "O protocolo", publicadas em 1863, e "Não consultes médico" e "Lição de botânica", publicadas, respectivamente, em 1896 e 1906. Além da análise formal das peças e de seus recursos cômicos, abordamos o contexto histórico e estético em que seu teatro foi escrito, o gênero do provérbio dramático - utilizado como modelo na criação das comédias estudadas - e a forma como a crítica especializada tem recebido, ao longo dos anos, a produção teatral de Machado de Assis. 130 págs.