Hélio de Seixas Guimarães

HÉLIO DE SEIXAS GUIMARÃES
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5935860341751427
E-mail: hsg@usp.br

 


HISTÓRICO ACADÊMICO

  • 2013 – Livre-docência pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP
    Machado de Assis, o escritor que nos lê - a figura e a obra machadianas através da recepção e das polêmicas
  • 2016 – Pós-Doutorado pela Fundação Casa de Rui Barbosa
  • 2007 – Pós-Doutorado pela University of Manchester
  • 2001 – Doutorado em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas
    Os leitores de Machado de Assis - O romance machadiano e o público de literatura no século XIX
  • 1995 – Mestrado em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas
    Literatura em televisão – uma história das adaptações de textos literários para programas de TV
  • 1987 – Graduação em Comunicação Social - Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

 


LINHAS DE PESQUISA

A prosa no Brasil
Historiografia e crítica literárias

 


PROJETOS DE PESQUISA

Machado de Assis em inglês: tradução, edição e circulação transnacional

O projeto propõe a realização de um estudo abrangente sobre as condições de produção e circulação das primeiras traduções de obras de Machado de Assis para o inglês, consideradas as circunstâncias históricas em que se inseriam, entre as décadas de 50 e 60 do século XX. Os materiais pesquisados incluem correspondência entre os tradutores, entre os tradutores e editores, entre os editores e a imprensa, autoridades consulares e agências de cooperação internacional, memorandos, contratos, resenhas e artigos de jornal, materiais de publicidade, planilhas com tiragens e vendas, documentos com as políticas que viabilizaram a tradução e a circulação nos Estados Unidos de autores estrangeiros, especialmente latino-americanos, no período do pós-guerra. O trabalho analítico final consistirá na publicação de um estudo, a ser publicado conjuntamente com reproduções fac-similares, transcrições e traduções dos principais documentos levantados. Dada a extensão, a qualidade e o ineditismo da documentação, a pesquisa tem o potencial de trazer perspectivas interpretativas igualmente inéditas sobre um capítulo importante da internacionalização da obra de Machado de Assis, que deem visibilidade a novas questões que possam ampliar o debate crítico em torno das possibilidades e entraves à disseminação internacional da literatura brasileira.

 

Literatura Brasileira em tradução na BBM

O projeto consiste no levantamento, estudo e difusão de informações sobre obras da literatura brasileira em tradução pertencentes ao acervo da BBM. O recenseamento e a posterior seleção dos títulos permitirão conhecer: a extensão e a importância dos livros traduzidos em quatro domínios linguístico: inglês, espanhol, francês e alemão; a recorrência de obras de determinados períodos, autores e gêneros literários; o percurso dos livros até sua chegada e inclusão na coleção por meio do exame de marcas autógrafas e paratextos.

 

Efeitos da tradução sobre a recepção e a consagração de Machado de Assis

As primeiras traduções de romances de Machado de Assis para o inglês, publicadas na primeira metade da década de 1950, modificaram o quadro da circulação e da recepção internacional da obra machadiana, inaugurando também uma tensão até então inédita entre o escritor tornado central no cânone literário nacional e a possibilidade de sua transformação em clássico internacional. Tomando como objetos de estudo as traduções para o inglês de Memórias póstumas de Brás Cubas, Dom Casmurro e Quincas Borba, e as trajetórias dos seus respectivos tradutores William Grossman, Helen Caldwell e Clotilde Wilson, o projeto propõe: estudar os três casos de tradução isoladamente; compreendê-los em conjunto, como parte do processo de internacionalização da obra de Machado de Assis no contexto da geopolítica do pósguerra e das relações interamericanas; e dimensionar os efeitos dessas traduções para o inglês sobre a interpretação da obra e a consagração da figura do escritor no Brasil.

 

Da consagração literária no Brasil:
os casos de Machado de Assis, José de Anchieta e Luís de Camões

O projeto propõe estudar, individualmente, comparativamente e em conjunto, os três principais casos de consagração de escritores no Brasil: o de Camões, que tem seu marco em 1880, com as comemorações em torno do seu tricentenário de nascimento, que envolveu intelectuais e instituições no Brasil e em Portugal; o de José de Anchieta, cujo tricentenário da morte, completado em 1897, foi lembrado pelas chamadas ?Conferências Anchietanas? de 1896, publicadas em 1900 e reeditadas parcialmente em 1979; e o de Machado de Assis, que tem seus momentos principais em 1939 e 1958, quando se comemoraram respectivamente o centenário de seu nascimento e o cinquentenário de sua morte. O objetivo comum e subjacente ao estudo desses três casos é descrever os modos específicos de apropriação dos autores e dos textos literários por discursos e práticas oriundos de instituições nacionais. Isso inclui as relações entre essas instituições e a crítica literária; a identificação dos modos de articulação entre vida e obra na construção da exemplaridade de cada escritor; os usos da exemplaridade biográfica, no momento em que ela se constituía; e a compreensão geral das concepções de literatura e das práticas letradas projetadas publicamente. Considera-se, nesse âmbito, a conotação religiosa (CERTEAU, Michel de. A Escrita da História), presente nos processos de consagração e de canonização literárias. Os três processos de consagração serão pensados também em relação com relatos e estudos a respeito dos seus antecedentes: o Jubileu de Shakespeare, organizado pelo ator David Garrick, em 1769, que se tornou o paradigma moderno de canonização de escritores (CHARTIER, Roger. Trabajar con Foucault. Esbozo de una genealogía de la "función-autor"); e as comemorações em torno de Pushkin, realizadas simultaneamente àquelas em torno de Camões, também em 1880.

 


PRÊMIOS

Os leitores de Machado de Assis. Melhor obra na categoria Teoria e Crítica Literária (Prêmio Jabuti, 2005)

Machado de Assis, fotógrafo do invisível. Menção Altamente Recomendável (Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, 2009).